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Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
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Medicamentos devem ser tomados por pessoas que tiveram algum tipo de exposição ao vírus nas últimas 72 horas

O desenvolvimento e a distribuição de protocolos eficazes de prevenção ao vírus da imunodeficiência humana (HIV) têm estado entre os vários fatores responsáveis pela diminuição cada vez maior de casos de infecção ao longo dos anos.

Dentre esses protocolos, podemos mencionar a profilaxia pré-exposição (PrEP), uma medicação diária tomada por pessoas que fazem parte de grupos de risco de exposição ao vírus; e a profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP), realizada por meio de medicações ao longo de um período após uma exposição de risco.

No conteúdo a seguir, vamos entender um pouco mais sobre a PEP.

O que é profilaxia pós-exposição ao HIV?

Como mencionado, a profilaxia pós-exposição ao HIV (conhecida em geral por sua sigla PEP), é uma combinação de diferentes medicamentos antirretrovirais com o objetivo de prevenir a contaminação pelo vírus em indivíduos que tiveram algum tipo de exposição.

Essa combinação de medicamentos deve ser tomada por um período específico logo após a exposição, fazendo com que o vírus não consiga se instalar nas células do sistema imunológico.

Quando a PEP é indicada?

Como mencionado anteriormente, a profilaxia pós-exposição ao HIV é indicada nos casos em que ocorreu exposição ao vírus, mais detalhadamente da seguinte maneira:

  • Em relações sexuais desprotegidas consentidas;
  • Em relações sexuais consentidas previamente protegidas, mas que houve rompimento da camisinha;
  • Em relações sexuais decorrentes de abuso ou violência;
  • Em acidentes de trabalho que envolvem instrumentos potencialmente contaminados, como seringas ou material biológico infectado.

Vale mencionar que a PEP só é indicada a pessoas que não estão previamente infectadas pelo HIV. Por isso, antes de realizar o tratamento, o indivíduo faz testes para confirmar que não tem o vírus instalado definitivamente em seu organismo.

Qual o prazo para iniciar a PEP?

A partir do momento da exposição, é recomendado que a pessoa procure o serviço de emergência em saúde o mais rapidamente possível para iniciar o tratamento com a profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP).

Recomenda-se que o prazo para iniciar não passe de 72 horas, uma vez que a eficácia do tratamento diminui após esse período. No entanto, ainda que esse prazo não seja atingido, o importante é que a profilaxia pós-exposição ao HIV seja iniciada quanto antes.

Como é feito o tratamento?

A PEP funciona por meio de medicamentos antirretrovirais, que agem sobre o HIV que ainda não se instalou no sistema imunológico, evitando que essa contaminação se efetive.

Para isso, a pessoa deve tomar dois comprimidos ao mesmo tempo que contém as medicações antirretrovirais uma vez ao dia pelo período de 28 dias. Vale lembrar que a eficácia da profilaxia pós-exposição ao HIV pode diminuir caso a pessoa pule dias do tratamento ou não os tome sempre no mesmo horário.

Onde conseguir a PEP?

Em geral, deve-se procurar pela profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP) nos serviços de emergência em saúde. Isso ocorre dessa maneira por causa da necessidade de se iniciar o tratamento o mais rápido possível, pois, como vimos anteriormente, essa diferença de tempo pode impactar a eficácia da profilaxia.

Quais são os efeitos colaterais da PEP?

Muitas pessoas que realizam a profilaxia pós-exposição ao HIV não relatam efeitos colaterais. No entanto, em alguns casos, e dependendo da recepção do organismo do indivíduo aos medicamentos, esses efeitos podem ocorrer, sendo os mais comuns:

  • Diarreia, náuseas, vômitos e outras alterações gastrointestinais;
  • Fadiga, tontura e dor de cabeça;
  • Insônia e ansiedade;
  • Alterações cutâneas;
  • Alterações hepáticas.

Existem, ainda, efeitos colaterais mais graves, como as alterações renais em indivíduos que tenham insuficiência renal prévia. Nesses casos, é importante que seja feita uma avaliação cuidadosa do paciente, que deve se estender a todos os casos em que os efeitos colaterais são intensos e não cessam facilmente.

A PEP é 100% eficaz?

A PEP não é 100% eficaz. Porém, estudos indicam que a profilaxia pós-exposição ao HIV é capaz de reduzir em mais de 90% as chances de infecção quando iniciada nas primeiras horas após a exposição, com a chance diminuindo gradativamente à medida que as horas passam e de maneira substancial após 72 horas.

Exames durante e após o tratamento

Como mencionado anteriormente, o paciente deve fazer um teste de HIV antes de iniciar o tratamento. Esse teste precisa estar negativo para que seja possível a indicação da PEP. Além disso, é importante testar a presença de outras infecções sexualmente transmissíveis também antes do tratamento e, em caso de resultado positivo, encaminhar o paciente ao seu respectivo tratamento.

Após a complementação do tratamento com a profilaxia pós-exposição ao HIV, é importante que os exames sejam refeitos. Assim, se confirma que a infecção pelo vírus não se instalou e, dessa maneira, que o tratamento foi eficaz.

Vale ressaltar que manter o acompanhamento com o médico infectologista durante o tratamento é uma maneira importante de entender a recepção do organismo e os efeitos colaterais, além de prevenir outras doenças durante esse período e realizar outros exames que podem ser importantes para a saúde geral.

Entre em contato com o infectologista Dr. Marcello Jardim e agende já uma consulta.

Fontes:

Dr. Marcello Jardim

Ministério da Saúde

Grupo de Incentivo à Vida

Revista Brasileira de Medicina do Trabalho