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Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
6 min. de leitura

Período corresponde à fase entre a infecção e a produção de anticorpos que possam ser detectados em testes

Todo organismo leva um tempo entre o contato com um agente infeccioso e a produção de anticorpos que possam ser detectados por meio de exames de sangue. Esse período é chamado de janela imunológica, e pode ser diferente de acordo com o tipo de infecção.

No caso de pessoas com suspeita de infecção pelo HIV, entender a janela imunológica é fundamental para evitar diagnósticos errôneos, tanto positivos quanto negativos.

Acompanhe, no conteúdo a seguir, o que é a janela imunológica do HIV e a importância de conhecê-la.

O que é a janela imunológica do HIV?

Conforme o conceito explicado anteriormente, a janela imunológica do HIV é o período entre a infecção pelo vírus, que pode ocorrer tanto por via sexual quanto por contato com fluidos contaminados de outra forma, e a possibilidade de detecção dos anticorpos ao vírus nos testes realizados.

Essa diferença ocorre porque o vírus precisa se instalar nas células do sistema imunológico para começar a se multiplicar. É nesse período que o organismo detecta o vírus e começa a produzir anticorpos até que estejam em quantidade suficiente para que possam ser detectados.

Quanto tempo dura a janela imunológica do HIV?

O tempo médio de duração da janela imunológica do HIV é de cerca de 30 dias. Isso quer dizer que o resultado negativo de um teste de anticorpos anti-HIV, numa situação em que há suspeita de exposição ao vírus, pode não representar a realidade.

Tipos de exames e a janela imunológica

No Brasil, são realizados dois tipos de testes de HIV: o teste laboratorial e o teste rápido. O teste laboratorial é realizado, como o nome sugere, através de uma análise em laboratório detalhada da presença do vírus no sangue, por meio da detecção dos anticorpos.

Já o teste rápido é realizado em até 30 minutos e é capaz de identificar fatores que indicam a presença dos anticorpos anti-HIV em uma gota de sangue coletada.

Ambos os testes podem ser realizados logo após a suposta exposição ao vírus e, também, depois que a janela imunológica do HIV se completa para confirmar o diagnóstico, ainda que, no segundo caso, seja preferível a realização do exame laboratorial.

Por que a janela imunológica é importante no diagnóstico do HIV?

Como entendemos, a janela imunológica do HIV é um período em que o vírus não se instalou totalmente no organismo. Por isso, é muito importante que um teste negativo seja repetido após o período da janela imunológica para que o diagnóstico seja mais acertado.

Sintomas durante a janela imunológica

Durante a janela imunológica do HIV, especialmente a partir de 15 dias após o contato com o vírus, a pessoa pode experienciar alguns sintomas característicos da diminuição das células imunológicas e consequente início da produção dos anticorpos pelo organismo. Esse momento é chamado de fase aguda da infecção pelo HIV e pode vir acompanhado por sintomas, como:

  • Febre alta (geralmente maior que 38,5 graus);
  • Fadiga;
  • Náuseas e diarreia;
  • Dor de cabeça e musculares;
  • Dor de garganta;
  • Perda de peso;
  • Aparecimento de erupções (rash) cutâneas.

O principal desafio da identificação dos sintomas iniciais da infecção durante a janela imunológica do HIV é o fato de eles serem muito semelhantes aos de muitas outras doenças virais, o que dificulta ainda mais o diagnóstico.

O que fazer se houver exposição recente ao HIV?

Como vimos, o diagnóstico do HIV é muito difícil, principalmente porque os sintomas que podem surgir nesta fase são muito inespecíficos. Por isso, é importante procurar atendimento médico assim que houver uma exposição recente suspeita, seja por via sexual ou por acidente com materiais biológicos potencialmente infectados.

Ao procurar atendimento, o teste deverá ser feito, e, em caso de resultado negativo, o paciente deve ser encaminhado para começar o tratamento com a profilaxia pós-exposição (PEP), que é composta de medicamentos antirretrovirais que combatem o vírus antes que ele atinja as células do sistema imunológico.

O tratamento com a PEP dura 28 dias, o que quase coincide com o período da janela imunológica do HIV. Sendo assim, depois da realização do tratamento, o paciente deve repetir os testes para garantir que não houve infecção.

Mitos e verdades sobre a janela imunológica

A janela imunológica do HIV é um período cercado de mitos. Um deles é o de que a pessoa só transmite o vírus quando tem sintomas ou após esse período. Isso não é verdade, uma vez que basta a carga viral ser suficiente para que o vírus se torne transmissível. No entanto, é verdade que as chances de transmissão são maiores à medida que o tempo passa e a pessoa fica sem se tratar.

Outro mito sobre a janela imunológica é o da ausência de sintomas. Como vimos mais acima, os sintomas podem surgir, ainda que muitas pessoas os confundam com os de um resfriado ou de outra virose. Esse é um dos motivos que fazem muitos acreditarem que essa fase é assintomática, pois não associam os sintomas ao HIV.

Como prevenir a transmissão durante a janela imunológica?

A melhor maneira de prevenção da transmissão do HIV ainda é a prevenção durante o ato sexual, por meio do uso de preservativos. Além disso, nos casos de trabalho que envolva o contato com materiais biológicos, como seringas e outras atividades laboratoriais, é fundamental seguir todos os protocolos para evitar esse contato.

Esses cuidados devem ser tomados em qualquer circunstância, mas devem ser redobrados se você está na janela imunológica do HIV, justamente pelo fato de haver um risco aumentado de estar com o vírus no organismo.

Para saber mais sobre a janela imunológica do HIV e outras informações sobre esse assunto, entre em contato com o infectologista Dr. Marcello Jardim e agende uma consulta.

Fontes:

Ministério da Saúde

Fiocruz

Revista de Epidemiologia e Serviços de Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente