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Lesões podem surgir por causa do sistema imunológico enfraquecido, infecções oportunistas e como efeito colateral do tratamento antirretroviral

A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é caracterizada pela destruição progressiva dos glóbulos brancos. A não ser nas primeiras semanas após a contaminação, quando ocorrem sintomas iniciais semelhantes a um resfriado, os primeiros meses ou mesmo anos de infecção podem ser assintomáticos.

Quando sintomas surgem, podem ter origem em doenças oportunistas, ou seja, que se aproveitam do enfraquecimento do sistema imunológico para se instalar, ou pela ação do próprio vírus HIV no organismo. Entre esses sintomas, podemos mencionar as chamadas feridas do HIV, lesões cutâneas ou nas mucosas que têm relação com a infecção pelo vírus.

Acompanhe este conteúdo e saiba mais sobre as feridas do HIV.

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O que são as feridas do HIV?

O que chamamos de feridas do HIV são manifestações de lesões cutâneas e nas mucosas que, como já mencionado, podem ser resultado tanto do enfraquecimento do organismo por causa da infecção e do tratamento antirretroviral quanto da presença de infecções oportunistas.

Sendo assim, é possível afirmar que as feridas do HIV podem surgir a qualquer momento da infecção e de diversas maneiras e gravidades diferentes. Da mesma forma, podem ter tratamentos específicos diferentes.

Tipos comuns de feridas relacionadas ao HIV

Existem diversos tipos de feridas que podem ser relacionadas ao HIV. São elas:

  • Feridas características da infecção inicial pelo HIV: nas primeiras duas a quatro semanas após a exposição ao vírus, a pessoa pode ter alguns sintomas que lembram um resfriado. Em alguns casos, podem vir acompanhados por feridas na pele chamadas de rash cutâneo.
  • Feridas por infecções dermatológicas: a pele pode sofrer com as chamadas infecções oportunistas no HIV, tais como os herpes simples e zóster, leucoplasia oral, infecção por HPV, molusco contagioso e a sífilis, entre outras.
  • Feridas causadas por fungos: os fungos também podem se instalar na pele e nas mucosas devido ao enfraquecimento imunológico causado pelo HIV. A candidíase é o tipo que mais comumente causa feridas, mas outras micoses profundas também podem ocorrer.
  • Tumores e nódulos relacionados ao HIV: os tumores são outro tipo de feridas do HIV que podem surgir por causa da infecção ou como efeito colateral dos medicamentos antirretrovirais. O sarcoma de Kaposi e o prurigo nodular são os tipos mais comuns.
  • Dermatites: dermatites seborreica e atópica e fotodermatite são algumas manifestações cutâneas que podem ocorrer como reação ao uso de medicamentos no tratamento do HIV.

Características das feridas do HIV

Os diferentes tipos de feridas do HIV se manifestam de diferentes formas. Vejamos a seguir:

Lesões causadas por infecções

As feridas do HIV causadas por infecções podem se manifestar na forma de pequenas bolhas agrupadas, se a causa for a herpes. A infecção por HPV se manifesta com verrugas em determinadas regiões da pele — geralmente, onde o vírus teve contato com o corpo. Já o molusco contagioso se manifesta como pequenas bolhas espalhadas na pele.

A leucoplasia oral pilosa é uma das possíveis manifestações de feridas do HIV na boca. A lesão se caracteriza por um relevo que surge na lateral da língua e faz com que ela pareça mais espessa que o normal.

Já a sífilis é uma infecção causada por bactéria que surge, inicialmente, como uma ferida sem dor no local de contato do microrganismo. Com o passar do tempo, o sintoma desaparece e dá lugar a diversas lesões na pele e a comprometimentos a outros sistemas do organismo.

Lesões causadas por fungos

A candidíase é muito comum entre pessoas com o sistema imunológico comprometido pelo HIV. Ela se manifesta na forma de manchas brancas ou avermelhadas que coçam e ardem muito, podendo ser encontradas na pele na região genital, na língua, na faringe e na mucosa interna das bochechas. Além disso, diversos outros tipos de micoses profundas também podem causar feridas em pessoas que convivem com o HIV.

Tumores e nódulos

O sarcoma de Kaposi é uma lesão tumoral que surge, primeiramente, nas células dos vasos sanguíneos e linfáticos. Com o passar do tempo, a lesão causa nódulos escuros e inchaço na pele. Em alguns casos, o sarcoma de Kaposi pode afetar outros órgãos.

Nesse mesmo tipo, outra ferida do HIV que pode se manifestar é o prurigo nodular, que se caracteriza pela presença de nódulos na pele com sensibilidade muito alta, o que causa coceira e irritação.

Dermatites

As dermatites são processos inflamatórios na pele que podem causar inchaço, vermelhidão, irritação, descamação e formação de crostas, variando entre diversos tipos, como atópica, seborreica, neurodermatite, entre outras. Elas podem ser causadas por infecções, alterações no sistema imunológico e efeitos colaterais de medicamentos.

Rash cutâneo

O rash cutâneo é uma manifestação comum em infecções virais e se caracteriza pela presença disseminada de pequenas manchas ou erupções vermelhas por uma área extensa da pele. Como ferida do HIV, costuma aparecer nas primeiras semanas após o contato e, durante o tratamento, como efeito colateral ou quando o paciente pega alguma infecção viral.

Quando procurar um médico?

Quem convive com o vírus HIV deve procurar o médico frequentemente para fazer diversos exames e atualizar a prescrição dos medicamentos necessários para o tratamento antirretroviral. Nesse momento, são feitos, também, a avaliação e o diagnóstico de possíveis feridas do HIV.

Da mesma forma, se a pessoa que convive com o vírus perceber a presença de qualquer lesão na pele ou nas mucosas da boca e dos genitais, deve buscar atendimento médico imediato, uma vez que a imunossupressão causada pelo HIV pode agravar até mesmo doenças consideradas de simples tratamento.

Se uma pessoa não tem diagnóstico de infecção por HIV e percebe a manifestação de alguns desses sinais, também é importante procurar um médico. Esses sintomas podem representar uma série de doenças e não necessariamente a pessoa estará com o vírus, mas é fundamental que uma avaliação seja feita para que todas as possibilidades sejam descartadas.

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Existe tratamento para as feridas causadas pelo HIV?

O tratamento para as feridas do HIV depende da causa, podendo variar bastante. Em alguns casos, medicamentos orais e repouso são suficientes. Em outros, pode ser necessária a aplicação tópica de determinadas medicações e alguns cuidados adicionais.

No entanto, no caso de pacientes que convivem com o HIV, é muito importante que o tratamento leve em consideração o sistema imunológico comprometido do paciente e possíveis reações e outra situações que podem surgir a partir dessa característica.

Isso quer dizer, então, que todos os tratamentos para feridas do HIV devem ser realizados em consonância com os tratamentos antirretrovirais prescritos ou revisados pelo médico infectologista.

Como prevenir as feridas do HIV?

Uma vez que um paciente é diagnosticado com a infecção pelo HIV, deve começar a tomar uma série de ações para evitar a contaminação por infecções oportunistas ou situações que possam desencadear alguma ferida na pele ou nas mucosas.

Sendo assim, é importante tomar cuidado com a higiene, medidas sanitárias pessoais e manter hábitos de vida saudáveis (alimentação, prática de atividades físicas e manejo do estresse). Tudo isso deve ser combinado ao tratamento para controlar a presença do vírus.

Quando o tratamento antirretroviral é tomado corretamente e se adapta ao organismo, a carga viral no sangue diminui bastante e, consequentemente, é reduzido o risco de desenvolvimento de infecções oportunistas e feridas do HIV.

O Dr. Marcello Jardim é infectologista especialista no diagnóstico e tratamento do HIV e outras doenças. Entre em contato e agende uma consulta.

Fontes:

Manual MSD

Escola Paulista de Medicina (EPM)

Dr. Marcello Jardim