Saiba o que é imunossupressão e quais cuidados os pacientes imunossuprimidos devem ter em relação à prevenção de infecções
Introdução
É chamado de imunossupressão o enfraquecimento do sistema imunológico, que tem a função de proteger nosso organismo contra infecções. Por algumas razões, algumas pessoas apresentam falhas nesse sistema protetor.
Há aquelas que já nascem com essa falha devido a alguma doença congênita. Nesse caso, a imunodeficiência é chamada de primária. Existem também as imunodeficiências secundárias, ou seja, que foram adquiridas ao longo da vida. Desse grupo, fazem parte os pacientes:
- Com HIV/AIDS;
- Lúpus;
- Doença de Crohn;
- Artrite reumatoide;
- Síndrome de Sjögren;
- Esclerose sistêmica;
- Em tratamento de câncer;
- Que fazem uso de medicamentos que alteram a resposta imune;
- Em hemodiálise;
- Submetidos à transplante de órgãos (medula óssea ou órgãos sólidos).
Idosos também se enquadram no grupo de pessoas imunossuprimidas (ou imunodeprimidas, como também são chamadas), porque o envelhecimento natural vai tornando nosso sistema imunológico mais enfraquecido. Assim, eles também ficam mais propensos a infecções.
O grau de imunossupressão divide-se em leve, moderado e grave.
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Quais os cuidados que pacientes imunossuprimidos precisam ter?
Apesar de algumas limitações, pacientes imunossuprimidos podem ter uma vida normal. A única questão é que precisam ter cuidados extras. Essas pessoas precisam se preocupar um pouco mais com doenças e infecções virais comuns, incluindo a gripe. A primeira medida que deve ser tomada para evitar as infecções em imunossuprimidos é a vacinação. Esses pacientes devem consultar o calendário de vacinação para manter em dia os imunizantes.
Nas situações em que é possível programar quando ocorrerá o enfraquecimento do sistema imune, como no caso de transplante de órgãos e quimioterapia, a recomendação do Ministério da Saúde é realizar a imunização com vacinas que não possuem agentes infecciosos vivos, pelo menos, duas semanas antes do início da imunossupressão. Já as vacinas que contêm vírus vivos, como a BCG, rotavírus, febre amarela, tríplice viral e tetraviral, devem ser realizadas, pelo menos, quatro semanas antes da imunossupressão.
Em pessoas imunocomprometidas, ou naquelas em que não é possível determinar o estado imunológico, não devem ser administradas vacinas com vírus vivo, porque elas correm o risco de desenvolver quadros graves das doenças que pretendiam evitar. Portanto, antes de se vacinar, é fundamental sempre consultar o médico de confiança.
Outras medidas de precaução que devem ser tomadas no dia a dia dos pacientes imunossuprimidos incluem:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, principalmente antes de comer e preparar alimentos, depois de urinar ou defecar, de tocar em animais ou depois de estar em locais públicos;
- Usar sempre preservativos nas relações sexuais;
- Evitar contato com indivíduos que sofram de uma doença respiratória, especialmente quando eles são sintomáticos;
- Minimizar a exposição a ambientes lotados, como shoppings, principalmente durante a temporada de vírus influenza/respiratórios;
- Evitar a exposição primária ou secundária à fumaça do cigarro;
- Não beber água da torneira;
- Evitar o consumo de queijos produzidos a partir de leite cru ou não pasteurizado, especialmente aqueles mais macios e de consistência mais pastosa;
- Evitar carnes cruas, frutos do mar e ovos crus ou pouco cozidos;
- Evitar a contaminação cruzada ao preparar alimentos. Mantenha os alimentos cozidos e crus separados e use diferentes tábuas de corte ou superfícies para alimentos crus e cozidos.
Mas não é só o paciente imunossuprimido que precisa ter alguns cuidados no seu dia a dia. Quem convive com ele também deve estar atento. A pessoa saudável, quando apresenta sinais de uma doença possivelmente contagiosa, como resfriado, diarreia ou febre, deve evitar entrar em contato com pacientes imunodeprimidos. Além disso, essas pessoas devem também manter em dia seu calendário de vacinação.
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Riscos de infecções em imunossuprimidos
A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que podem ser causadas por bactérias, vírus, parasitas e fungos e recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Por isso, as infecções em imunossuprimidos podem ganhar contornos graves se não forem tratadas adequadamente. Um exemplo é a gripe, em que a probabilidade de os indivíduos desenvolverem a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é maior.
Pacientes imunossuprimidos podem, devido à baixa imunidade, estar em maior risco para infecções como:
- Tuberculose;
- Infecções causadas por fungos: criptococose (causa meningoencefalite, que pode ser grave e levar à morte, acompanhada ou não de lesão pulmonar e em outros órgãos, como pele, ossos, rins, entre outros), aspergilose (afeta o trato respiratório inferior), histoplasmose (pode causar infecções tanto nos pulmões quanto em outros órgãos, como fígado) e paracoccidioidomicose (micose progressiva de pele, mucosas, linfonodos e órgãos internos);
- Infecções de pele (micose);
- Infecções pelo citomegalovírus (CMV), pertence à família do herpesvírus, a mesma dos vírus da catapora, herpes simplex, herpes genital e do herpes-zoster. Em pessoas com sistema imunológico enfraquecido, pode provocar doenças graves que comprometem o aparelho digestivo, sistema nervoso central e retina. Trata-se de um vírus que não é eliminado pelo organismo, embora não tenda a causar complicações na idade adulta, apenas quando a imunidade está comprometida.
Em geral, as infecções em imunossuprimidos são mais frequentes e difíceis de tratar, especialmente aquelas que afetam os aparelhos respiratório e gastrointestinal.
Acompanhamento de um infectologista para pacientes imunossuprimidos
A compreensão da epidemiologia e dos fatores de risco para complicações das infecções em imunossuprimidos é fundamental para estabelecer estratégias de diagnóstico, tratamento e prevenção, diminuindo o impacto que essas infecções podem causar neste grupo de pessoas. O profissional de saúde mais capacitado para exercer essas funções é o infectologista, pois o rápido diagnóstico e adoção de estratégias de ação podem fazer toda a diferença para o paciente.
Um papel importante do infectologista no acompanhamento de pacientes imunodeprimidos é em relação àqueles que estão em tratamento oncológico. Devido às novas classes de medicamentos, este profissional é quem está atento aos riscos que eles podem trazer, em termos de aumento das chances de infecção, para assim prestar assistência adequada ao paciente.
Para saber mais sobre as infecções em imunossuprimidos, marque uma consulta com o Dr. Marcello Jardim.
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Fontes
Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn